Autor de vasta
obra, seu trabalho mais importante é fruto de suas viagens, responsáveis pelo
contato com realidades diferentes ao redor do mundo. O aspecto que mais o
diferencia dos outros poetas brasileiros é a originalidade da sua poesia,
principalmente com relação à ousadia de vocabulário com o uso de palavras em
inglês e neologismos, bem como de palavras indígenas. Além disso, a sonoridade
dos poemas também rompe com a métrica e com o ritmo tradicionais, o que
despertou a atenção da crítica literária do século XX.
Seu trabalho,
então esquecido, foi resgatado na década de 1960 pela crítica literária,
principalmente pelos poetas Haroldo e Augusto de Campos, responsáveis pela
análise de sua obra. Seu poema mais
famoso é o Guesa Errante,
escrito entre 1858 e 1888, composto por treze cantos e inspirado em uma lenda
andina na qual um adolescente, o Guesa, seria sacrificado em oferecimento aos
deuses. O índio, porém, consegue fugir e passa a morar em uma das maiores ruas
de Nova York, a Wall Street. Os sacerdotes que o perseguiam estão agora
transformados em capitalistas da grande cidade de Nova York e ainda querem o
sangue do Guesa, que vê o capitalismo consolidado como uma doença. Dotada de
pinceladas autobiográficas, o Guesa Errante denuncia o drama dos povos
indígenas à exploração dos povos europeus.
Sousândrade
Fonte:http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo09.php
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